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Extremos de Amor


Exaltando o berço de palha humilde não esqueçamos a glória estelar da crucificação.
O Natal é uma perene promessa, mas a Glória é uma grave advertência.
Na manjedoura inicia-se o messianato sublime, mas no acume do "morro Caveira" desdobra-se a tragédia que Ele soube transformar em estrada venturosa para os que desejem segui-lO.
Na mansarda singela aparece aos homens; da cruz extenuante marcha para Deus.
A estrebaria é o nadir da humildade e a cruz é o zênite do sacrifício. Transitando entre um e outro extremo de amor, todo uma via de abnegação.
Sua vida são os Seus feitos, Seu pensamento os Seus conceitos de luz.
Com um grão de mostarda, Ele compôs uma balada sobre a fé; com o feixe de varas, lecionou um tratado sobre a filosofia, a força da solidariedade e da união; utilizando-se de redes, propôs um poema à abundância junto ao mar; com grãos de trigo e com ramos de joio, entreteceu uma coroa de sabedoria com que nos adverte sobre a perseverança e os cuidados em torno da gleba a joeirar.
Uma dracma perdida na Sua voz é uma canção de esperança, quando encontrada por quem a busca; com incisão conclama à decisão entre Deus e Mamon; na severidade contra a hipocrisia, modulou uma patética sobre os túmulos caiados por fora, guardando a podridão na intimidade.
E soube ativar a vida através da rearticulação de membros hirtos, de ouvidos moucos, de olhos apagados, de língua sem movimentação, através de uma sonata por meio da qual a Sua palavra se transformava em vida ante os que jaziam na limitação e na dor.
Senhor dos Espíritos, jamais se utilizou da potência de que era investido para os azorragar. Entrementes, abriu-lhes a alma com misericórdia, encaminhando-os ao Pai em nome de quem falava na jornada messiânica da Terra.
Seus amigos eram discípulos dúbios uns, débeis outros, fiéis alguns. Todos, porém, fascinados pela Sua pujante presença, pela Sua transparente bondade.
Jesus é um poema da vida, uma canção de amor. É a maior história dentro da História da Humanidade, que a ultrapassa.
Uma gruta e um céu descampado são os dois pontos culminantes de uma vida que não começou no berço nem se esvaiu numa cruz.
Por isso, diante dEle, todos nos sentimos a fremir, tocados pela Sua magnânima presença que venceu os séculos de desolação, de dor, de crime, de hediondez, em que se tentou ocultá-lO entre mentiras, fantasias e corrupções. Ressurgindo desses escombros morais, Ele sempre saiu ileso qual o sol, Sol Divino que é, clarificando cada madrugada, após a mentirosa vitória da noite em triunfo efêmero.

Livro: Oferenda Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco

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